quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

FELICIDADE



Hoje acordei muito cedo e olhei pela janela o Cristo Redentor, as cores do céu e senti o cheiro da chuva de ontem ..ah isso é felicidade.
Um momento.. um sentir...
Agradeço ao universo.

Lembrei de Tom Jobim e Vinicus e do artigo que Maria helena Henriques enviou já alguns dias e decidi compartir com vocês este momento de felicidade matutina. Abraços
Luz Marina



Felicidade acontece de dentro para fora, afirmam especialistas
HELOÍSA NORONHA

Fonte: Internet
O que é felicidade? Você já se fez essa pergunta? A que conclusão chegou? É possível que ela esteja correta, pois a resposta pode, sim, ser subjetiva – afinal, nem os filósofos mais famosos do mundo, com seus longos discursos e ensaios, conseguiram chegar a um consenso. Teorias à parte, conversamos com alguns especialistas respeitados para apresentar versões modernas – e um tanto práticas – sobre o que é felicidade, palavrinha bonita que todo mundo, sem exceção, quer experimentar o significado.
Para Ana Maria Rossi, presidente da Isma Brasil (International Stress Management Association), a felicidade é um estado “interno” que traz tranquilidade, harmonia e a sensação de paz. “Ela acontece de dentro para fora, ao contrário da alegria, que ocorre de fora para dentro e depende de situações externas, como a compra de uma casa nova ou a aprovação em um concurso público”, explica. Já Rebeca Fischer, instrutora da Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística (SBPNL), encara a felicidade como um conjunto de estados positivos. “Por esse motivo ela parece ser instável. Em um dia, por exemplo, estamos mais insatisfeitos com nossa vida profissional ou relacionamento amoroso e isso nos desequilibra. Só que a felicidade não se perde, o que perdemos é o foco. Se estamos centrados nos estados positivos, conseguimos encontrar recursos para melhorar a área da vida que não está tão legal”, acredita.


Na opinião de Ana Maria Rossi, da Isma Brasil, a felicidade depende basicamente de três ingredientes. O primeiro é a fé, independentemente da religião. “E nesse quesito as mulheres saem na frente, pois são mais espiritualizadas do que os homens, que demonstram enorme resistência em acreditar ou admitir que acreditam em alguém ou alguma coisa”, pondera. O segundo fator é a esperança. “O otimista, mesmo em meio às dificuldades, vê luz no fim do túnel. O pessimista até enxerga essa luz, mas ouve o trem vindo em sua direção”, compara. O terceiro ingrediente é a harmonia. Se a pessoa tem equilíbrio emocional, ela deseja ser melhor – e também busca uma vida melhor. Se está fora do eixo, preocupa-se mais em ter, procurando a felicidade fora dela. “É comum, nesses casos, comer mais, beber mais e comprar mais para compensar o vazio”, diz Ana Maria.

Outro fator imprescindível, de acordo com os especialistas, é a autoestima. Quem tem uma autoestima elevada – e um bom nível de autoconhecimento – se sente mais merecedor da felicidade. “Esse é o caminho para se viver melhor e mais feliz. Quando conhecemos nossas fraquezas, forças e virtudes pessoais podemos maximizar o nosso potencial, canalizando para viver uma vida mais plena, positiva e feliz. Estudos demonstram que o otimismo pode ser aprendido e que as pessoas otimistas são mais felizes”, avisa a psicóloga Sâmia Aguiar Brandão Simurro, vice-presidente da Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV). “Ter autoestima é se gostar, se respeitar e se valorizar. A pessoa se cuida melhor e, portanto, filtra os acontecimentos e guarda apenas o melhor para si”, diz Leonard Verea, psiquiatra italiano radicado em São Paulo, diretor do Instituto Verea. “Quem tem autoestima define com mais propriedade o que é bom para si mesmo, não fica surfando na onda alheia, percorrendo caminhos indicados por outrem que não lhe causem satisfação ou atendam aos seus anseios. E conhece seus limites, não gerando expectativas inalcançáveis, que acarretam frustração”, completa Regina Maria Azevedo, especialista em comunicação neurolinguística e autora do livro “Prazer em Conhecer-se” (Ed. Alemdalenda).

País mais feliz do mundo

O Brasil é o 12º país mais feliz do mundo, segundo pesquisa Gallup feita pela revista “Forbes” em 155 países e publicada este ano. As perguntas, segundo a revista, levaram os entrevistados a avaliar sua satisfação geral com suas vidas. Depois, foram feitas perguntas específicas a respeito do passado recente com o objetivo de classificar os entrevistados em três graus de satisfação - da felicidade ao sofrimento. A Dinamarca é a líder do ranking, seguida de Finlândia, Noruega, Suécia e Holanda. Mas o que explica um país com temperaturas abaixo de 20 graus, invernos longos e altas cobranças de Imposto de Renda ser o mais feliz do planeta? Segundo os pesquisadores, a resposta em relação à satisfação geral está relacionada com a riqueza do país. Porém, ao se referir ao passado recente, a felicidade reflete mais a satisfação das necessidades psicológicas e sociais, e não necessariamente o bem-estar econômico. Assim fica mais fácil de entender: em Copenhague, capital dinamarquesa, é comum ver as pessoas sorridentes andando de bicicleta pelas ruas bem cuidadas e seguras, sem medo de caminhar à noite ou aflitas e apressadas, como se vê nas grandes metrópoles, entre elas São Paulo e Nova York.

Síndrome da procrastinação

O conceito de felicidade se modifica entre as faixas etárias. “Conforme amadurecemos, mudamos nossos objetivos. Aos 17 anos, eu queria me formar em medicina para salvar o mundo. Hoje, com mais de 30 anos de experiência, se consigo atender bem quem me procura, me dou por satisfeito”, brinca Leonard Verea. “As demandas também variam. Ora focamos no amor, ora no trabalho, ora na família, ora no desenvolvimento mental ou espiritual, de acordo com o momento que atravessamos”, ressalta Regina Maria Azevedo.

É comum, entretanto, conhecer pessoas que estão sempre procrastinando o momento ideal para se sentirem felizes. São aquelas que acreditam que somente estarão bem quando emagrecerem, terminarem a faculdade, se aposentarem, subirem ao altar, encontrarem o príncipe encantado. “Essa procrastinação está diretamente ligada ao medo da mudança. Isso porque mudanças requerem atitudes de movimento, o que dá trabalho e pode causar insegurança. Então as pessoas se recusam a fazer as pequenas mudanças que melhorariam seu estado atual e procrastinam a vida, esperando a chegada desses grandes marcos sociais. É preciso ser feliz agora, hoje, como se está, seja desempregado, solteiro, com dívidas, acima do peso. Se consigo ser feliz, assim tenho forças para realizar as mudanças que acredito necessárias para aumentar ainda mais a minha felicidade”, ressalta Rebeca Fischer, da SBPNL.

Muita gente tem a impressão de que o estresse do dia a dia (leia-se trânsito, excesso de trabalho, contas atrasadas, cansaço, noites mal dormidas) possui o poder de contaminar a nossa felicidade. Porém, os especialistas são unânimes em afirmar que o modo de contornar tudo isso é ter foco no que é importante. Exemplo? Se eu saio do trabalho e vou para a casa focando no filme que vou assistir com minha família e na boa noite de sono que terei, é certo que não vou deixar que o trânsito ou a agressividade dos outros motoristas me distraiam desse objetivo. Não é fácil manter esse foco, exige treino, mas é possível e muito benéfico. “O ser humano precisa de ideais, sempre, e demonstrar gratidão a tudo que se produz – seja um café da manhã, um filho, uma flor, um texto, uma roupa, um automóvel. E ter respeito a si próprio e aos outros com suas diferenças”, aconselha Regina Maria Azevedo. “Assim aprendemos a gostar mais de nós mesmos, a conviver com o outro, já que ninguém se basta sozinho, e a aceitar todas as cores e sabores que a vida tem para nos oferecer.”

Dinheiro traz felicidade?

Os especialistas são unânimes em dizer que quanto menos felizes as pessoas são, mais se tornam dependentes do aspecto financeiro, ou seja, passam a valorizar mais os bens materiais, o status e a aparência. Às vezes, nem usufruem de tudo isso, já que a felicidade, vale a pena ressaltar, é um estado de espírito e depende de fatores internos. Existem evidências científicas de que dinheiro não traz felicidade. A psicóloga Sâmia, da ABQV, cita o livro “A Ciência da Felicidade” (Ed. Campus), de Sonja Lyubomirsky, professora de psicologia da Universidade da Califórnia (EUA). “Na obra ela cita um fenômeno humano chamado de adaptação hedonista, que explica que nos adaptamos facilmente às mudanças e logo após retornamos ao estado de felicidade anterior. Por exemplo, se ganhamos na loteria muito dinheiro, ficamos por um período muito felizes. Porém, passado algum tempo, tendemos a nos acostumar a essa nova condição financeira e retomamos o nosso estado de humor anterior. Por isso, a situação financeira em que nos encontramos, desde que tenhamos o básico para garantir nossa sobrevivência, não nos torna mais felizes”, esclarece.

Para endossar essa linha de pensamento, um estudo realizado nos Estados Unidos concluiu que gastar dinheiro em experiências – férias ou festas, por exemplo – faz as pessoas mais felizes do que a compra de bens materiais. Isso porque, afirmam os psicólogos da Cornell University, em Nova York, entidade que capitaneou o estudo, o ser humano tende a comparar seus bens com os de outras pessoas. Já as experiências trazem mais satisfação, pois são mais pessoais e difíceis de serem comparadas. Imagine que você compra uma TV LCD e vibra com a nova aquisição. Mas, quando você vai à casa de um amigo, descobre que ele tem uma TV melhor que a sua. Isso pode ser decepcionante. Mas, se você viajar de férias para o Caribe e o seu amigo também, você terá as suas recordações e impressões do local – uma conexão única e que ninguém tem, que torna suas férias especiais.

Carpe diem

Segundo o neurologista Ricardo Afonso Teixeira, do Instituto do Cérebro de Brasília (ICB), o tempo todo somos bombardeados, principalmente pela mídia, pela sensação de que ainda nos falta alcançar uma parte da vida. E ela inclui, é óbvio, carros e bens materiais. “Os pessimistas e os que não gozam de uma boa autoestima logo vão olhar para a parte vazia do copo. Os otimistas vão analisar a parte cheia e enxergar tudo o que tem de bom, e isso lhes traz felicidade”, destaca o médico. “Meu conselho sincero é apertar o famoso botãozinho do ‘F’”, dispara Verea, lançando mão de uma conhecida expressão impublicável. “É bom ser um pouco egoísta ao viver a própria vida, vivendo conforme se deseja, pois ninguém tem certeza do amanhã”, completa. Resumindo: “Carpe diem!”.

A sociedade nos ensina a comemorar grandes ocasiões, mas devemos comemorar pequenas vitórias, como acordar de manhã com saúde e disposição para viver mais um dia. Essas pequenas vitórias ajudam a reconhecer a felicidade em vez de buscar fatores externos. O neurologista Ricardo Teixeira lembra um estudo publicado há cerca de dois anos pelo “British Medical Journal”, que conclui que o nosso estado de felicidade é um fenômeno de rede social, ou seja, depende do grau de felicidade das pessoas com as quais estamos conectados. Emoções positivas e o sorriso podem ser vistos do ponto de vista evolutivo como um mecanismo que facilita as relações sociais ao promover sentimentos prazerosos nos outros, recompensar os esforços alheios e encorajar a continuidade da relação social. Assim, o sucesso da espécie humana depende de sua capacidade de fazer relações sociais

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

REALIDADES E CONTOS DE FADAS


Em tempos de Big Brother, da mulher morango, mulher melancia, mulher samambaia e outras degradações mediáticas que impactam diversos âmbitos de nosso cotidiano que denigram a dignidade do ser humano e especialmente à mulher, o artigo de Patrícia Xavier Quilleli Antunes com sua escrita aberta e brincalhona lembra que princípios e valores podem ser resgatados através da criatividade dos contos de fadas e histórias escutadas na infância. 
Hoje a mídia construí pseudo heróis e artistas instantâneos. Em uma crônica de Luis Fernando Veríssimo espalhada pela internet o escritor menciona que os "Brothers" são chamados pela mídia de heróis que percorrem um caminho árduo e o autor pergunta: "Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis? Caminho árduo para mim diz Verissimo é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor, quase sempre mal remunerados..
Heróis, são milhares de brasileiros que sequer têm um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir e conseguem sobreviver a isso, todo santo dia.
Heróis, são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.
Heróis, são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína, Zilda Arns).
Heróis, são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.
O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral".
A proposta de Patrícia faz sentido resgatemos uma outra forma de ensinar nossas crianças a olhar o mundo.


Reciclagem dos contos de fadas
Por Patricia Xavier Quilelli Antunes

"Quando eu era criança, minha tia Odeth e minha prima Cidinha contavam histórias para eu e minha irmã. Algumas como “A Branca de neve”, “A Bela adormecida”, “A dona Baratinha”, “Os três porquinhos”, “Chapeuzinho Vermelho”, entre muitas outras. Uma das minhas preferidas era a história da Dona Baratinha, Aquela que tinha “fita no cabelo e dinheiro na caixinha...”. Ainda me lembro perfeitamente da música que a personagem cantava enquanto varria a casa.

Quanto cresci, em muitos momentos, me vi como a Dona Baratinha, tendo que varrer a casa e juntar trocados, na tentativa de garantir um futuro melhor. Estes exemplos que me foram contados na infância de forma carinhosa e meiga, cercada de cuidados e atenção, também foram por mim vividos, já na fase adulta, de maneira não tão doce, quando descobri que Lobo mal existe - e olha que no final elas sempre diziam que ele era de mentirinha -, assim como também encontrei algumas bruxas pelo caminho. E olha que a maldade era real. Isso sem contar os Pinochios e sapos com os quais me deparei. A minha esperança mais profunda ainda é encontrar o meu verdadeiro Príncipe Encantado. Mas troco o cavalo branco por um Mercedes modelo 2011, sem nenhum problema!

Brincadeiras à parte, a crônica acima ilustra como o conto de fadas continua sendo o mesmo de sempre, só que agora é repaginado pelas mãos de excelentes escritores, que utilizam os contos infantis tradicionais como os dos Irmãos Grimm ou de Charles Perrault, modificando estrutura, termos e vocabulário, de modo que estas obras acompanhem a evolução da nossa sociedade. Agora, A “Besta” já é chamada de “Fera” e a “Roca de fiar” já encontrou alguma substituta à altura. O que permanece intacto nos contos de fadas, estejam eles na roupagem moderna ou na tradicional, é a moral da história. As mensagens passadas pelas “estorinhas” (na minha época história de mentirinha era escrita com “e”) continuam as mesmas. Passamos mensagens para as crianças através da ludicidade dos textos infantis modernos. Atualmente, alguns autores se destacam como Thalita Rebouças, por exemplo.
Os contos de fadas modernos, através das suas qualidades lúdicas, permitem que as pessoas sintam diferentes emoções, ainda na infância. Desta forma, trabalha-se o lado emocional, expressando e controlando as emoções e sentimentos de acordo com o texto.

Outro ponto muito bem trabalhado pelos contos de fadas modernos é a criatividade, pois a criança, através do texto, tem a oportunidade de viver uma nova realidade, seja ela boa ou má. Desta forma podemos desenvolver pontos importantes para nossa cultura, como Cidadania, Direitos Humanos, entre outros. Cabe ao professor trabalhar todos estes temas e emoções através do instrumento texto, de forma pedagógica e formulada sempre com foco no aluno".